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16º Dia: Mudança de Planos - Oficinas BMW e peças de reposição em Munique

Atualizado: 24 de ago. de 2021


Bad Bayersoien, 22/06/2018 - Sexta-feira


O plano do dia era procurar uma oficina da BMW, e fazer a manutenção do freio traseiro da Brigite que continuava com o defeito na pinça flutuante, apesar da intervenção paliativa no dia anterior. Hans com seu jeitão sério, eficiente e prestativo, fez questão de ajudar com algumas recomendações, e até nos ensinou a retornar da forma mais rápida usando o transporte público, para o caso de conseguirmos um horário imediato na oficina. Então, depois do café da manhã, lá fomos nós para Schongau.


Chegamos ao destino sem dificuldade. Era uma loja de motos da BMW com oficina anexa, onde uma placa na entrada informava que a entrada na oficina somente seria permitida sob convite. A loja era tão bonita como costumam ser as lojas da marca. Ali nos deixaram a vontade para perguntar e olhar tudo que quiséssemos sem balançar de corpo, cruzamento de braços sobre o peito ou olhares apertados de esguelha. No Brasil os vendedores normalmente tem postura desafiadora. Ainda não consegui me decidir se esse comportamento é destinado a clientes de baixo potencial de compra ou se nossas perguntas estão acima da sua capacidade de resposta... Provavelmente ambos. De qualquer forma, ali o atendimento foi muito bom, mesmo que a resposta não fosse a que esperávamos: A oficina tinha horário disponível, mas as peças teriam que ser encomendas e só chegariam em cinco dias. Nossa intenção era seguir viagem, por isso pedimos indicação de uma oficina multimarca. Sugeriam que falássemos com o mecânico chefe que foi muito atencioso, confirmou o defeito na pinça flutuante. Concordou que a desmontagem, limpeza e lubrificação resolveriam o problema e sugeriu ainda a troca das pastilhas de freio e a substituição da transmissão secundária, que começava a mostrar sinais de desgaste. Indicou a oficina de um amigo que ficava na cidade vizinha, a 17 km, deu o endereço e mostrou num mapa como chegar lá.



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No caminho mudamos de ideia. Estávamos nos deslocando na direção de Munique, que certamente tinha filiais de grandes lojas de artigos de motociclistas onde poderíamos comprar o que precisávamos e Gilson queria muito ele mesmo fazer a manutenção. De comum acordo inseri no maps Louis Motorrad Center e fomos direcionados para a autoestrada. Mas Gilson não estava bem. No dia anterior teve aquele mal-estar antes de subirmos no teleférico. Dormiu muito mal à noite e pela manhã voltou a ter micção com sangue. Mal tínhamos andado 30 km na autoestrada e ele parou num ponto de descanso dizendo que estava exausto. Foi ao banheiro e voltou arrasado, o problema continuava. Deitou então no banco com a cabeça no meu colo. Eu não sabia o que dizer para animá-lo, optei então por não dizer nada, ao invés disso fiz cafuné. Ele foi relaxando e adormeceu. Dormiu profundamente por 20 minutos. Nesse tempo duas motos chegaram, era um casal de pilotos jovens e novos na função, nos equipamentos e nas motos. Usaram o banheiro e ficaram ao nosso lado, a uma pequena distância conversando e descansando. Eu olhava pra eles sentindo saudade da disposição e saúde que tínhamos na idade deles. Rolou uma empatia mútua nos olhares que se cruzaram. Sorri para eles e eles devolveram o sorriso, era um olhar de respeito e simpatia. Talvez desejassem que quando chegassem na nossa idade tenham a mesma intimidade e confiança um no outro, quem sabe... Ou talvez pensassem que estivéssemos há horas na estrada e pensando: estão acabados, coitados! Rá!

Gilson acordou com dificuldade e levou alguns minutos para se aprumar, fez alongamento e foi ao banheiro de novo. Voltou mais animado. Nossos jovens colegas colocaram os capacetes, nos cumprimentaram e partiram. O restante do trajeto foi rápido.


Entramos no Centro de Munique e estacionamos na lateral da Estação Central de metrô, Gilson tinha pressa e muita urgência para urinar. Descemos correndo as escadas do metrô, seguindo as placas informativas, a procura de um banheiro que encontramos no segundo subsolo. Com o primeiro problema resolvido, procuramos pela representante da O2 para fazer uma recarga de internet pro meu chip, que já tinha atingido 80% do pacote e passou a operar com baixa velocidade de transferência de dados.


Munique estava muito movimentada. Enquanto andávamos conversando sobre o que fazer primeiro, uma voz feminina perguntou em português: "vocês são brasileiros?" Era uma mineira que dividia seu trabalho entre o Brasil e Alemanha, e nos poucos minutos que andamos lado a lado sugeriu onde encontraríamos o que estávamos procurando. Atravessamos com ela a avenida e nos despedimos. Entramos no calçadão e ficamos perambulando por ali. Gilson comprou uma calça Lewis de pernas curtas em promoção, pois não existe similar no Brasil, e depois fomos almoçar. Comemos numa Pizzahut enfeitada com bandeiras do Brasil, e assistimos o jogo do Brasil contra Costa Rica com um pouco de vergonha do Teatro que nossos jogadores jaziam em campo. Depois fomos comprar as pastilhas de freio e luvas para Gilson.


Não havia kit de transmissão secundária em estoque na loja, mas ele poderia ser encomendado para buscarmos na volta dos Alpes, o que declinamos porque a volta seria por outro caminho. O vendedor estava muito concentrado na nossa comunicação em português, depois explicou que estava tentando identificar nosso país de origem e gostou de saber que aquele jeito de falar português tão diferente era do Brasil.


Na hora de partir Gilson pediu para ser fotografado ao lado da moto. Ele se distraiu e esqueceu que já tinha levantado o descanso lateral e ela acabou tombando sobre minha perna enquanto eu fazia a foto e tentava instintivamente apoiá-la para evitar a queda. O resultado foi a moto pesada e vergonhosamente caída no chão e um enorme hematoma do meio do quadril à metade da panturrilha que me acompanhou por quase uma semana, mudando a tonalidade do vermelho ao amarelo, passando pelo roxo e verde... Mas não foi nada sério, minha pele é bem sensível e fica marcada muito facilmente. Fiquei aliviada por termos adiado a travessia dos Alpes, Gilson nunca deixou a moto cair na minha presença, duvido até que já tenha acontecido algum dia. Ter deixado a moto cair era um sinal definitivo que ele estava no limite da exaustão.


O susto da queda da moto despertou Gilson da letargia e voltamos a Bad Bayersoien no máximo da velocidade. Depois da tentativa frustrada de fazer compras no supermercado às 17 horas e encontrá-lo já fechado, retornamos ao hotel onde Sissi, nossa amiga canina enclausurada, nos ouviu chegar e fez muita festa mostrando que já nos aceitava como amigos. Não há recepção como aquela feita por um cão!





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roteiro circular do dia a Munique

O dia em números:


Deslocamento:

  • De Bad Bayersoien a Munique e retorno

  • Deslocamento = 100 km ≈ Duração = 2h

  • Início: 9h30min. ; Fim: 17h30min.


Despesas:

  • Combustível € 22,45

  • Estacionamento € 0,00

  • Hospedagem € 70,00

  • Alimentação € 45,53

  • Ingressos € 0,00

  • Moto (peças e serviços) € 31,38

  • Moto (Equipamento de proteção pessoal): € 39,99

  • Presentes € 62,97

  • Outros: € 20,00

  • TOTAL: 292,32


Serviço:

 

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