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  • Foto do escritorBárbara

20° Dia: Passo Rombo/Timmelsjoch - Puro deslocamento - Puro Encantamento

Atualizado: 24 de ago. de 2021


Merano, 26/06/2018 - Terça-feira


Fomos dormir tarde porque ficamos conversando com os proprietários do hotel depois do jantar que prepararam para nós. Hans teve um cuidado especial comigo, todos os pratos do cardápio são a base de carne, mas ele saiu especialmente para providenciar uma opção vegetariana - um prato típico: bolinho frito de batata acompanhado de mousse de maçã. Adoro quando consigo comer tudo!


Depois de finalmente montar a bagagem na moto, trocamos presentes com Hans e Elisabeth e partimos já tarde, às 11h. O trajeto não era longo, mas seria certamente com muitas paradas.


O destino do dia, Itália, e para não alongar o tempo de pilotagem decidimos pernoitar em Merano, no Alto-Ágide, norte da Itália, base para iniciar o passeio para as Dolomitas na sequência da viagem. A principal atração do dia seria a passagem pelo Timmelsjoch/Passo Rombo na fronteira da Áustria com a Itália, a uma altitude de 2.509 metros. É uma conhecida estrada cênica idolatrada por motociclistas que adoram suas curvas e que permanece fechada por metade do ano por causa da neve.


O trajeto todo foi cênico, passamos pela Deutsche Alpenstraße entre Oberammergau e Garmisch-Partenkirchen, seguimos para a fronteira com a Áustria entre Mittenwald e Scharnitz, e abastecemos no primeiro posto da Áustria onde compramos a vinheta que nos permitia usar a autoestrada a fim de chegar mais rápido ao vale de Ötz, local onde foi encontrado Ötzi, o homem do gelo de 5.300 anos.


Início do percurso até o Vale de Ötz

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O trajeto entre a fronteira e o início da autoestrada também foi um muito bonito, uma estrada secundária em declive íngreme em curvas, e lá de cima via-se o vale, a cidade, a autoestrada que acompanha o traçado do rio e o rio de águas cor turquesa leitosa.


Assim que saímos da autoestrada, entrando no vale de Ötz, o caminho já estava cheio de motociclistas, em sua maioria homens sem garupa. Eles andam de forma fluida pelas curvas, são ágeis e discretos, inclinando as motos no ângulo exato para acompanhar a sinuosidade da estrada. A maioria passeava em grupos, mas havia também alguns solitários, como o Finlandês que subia a nossa frente e que reencontramos em vários pontos de parada ao longo do trajeto até o topo dessa passagem de montanha, que foi no passado um caminho de traficantes. Hoje, para passar por aqui, as motos pagam um pedágio de € 14,00 (one way).



Percurso no Vale de Ötz até Obergurgl

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Top Mountain Crosspoint

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Este é o Passo (passagem de montanha) mais alto da Áustria e no ranking das estradas de altitude asfaltadas, a terceira mais elevada do país. No alto da montanha está localizado o Top Mountain Crosspoint com o museu de motocicletas, o restaurante, a estação de teleféricos e as cabines de pedágio numa belíssima obra arquitetônica em madeira projetada pelo arquiteto austríaco Michael Brötz e administrada pelos irmãos Attila e Alban Scheiber. Mas atenção, após as 20 horas não é mais permitida a utilização da estrada por ser muito perigosa. Se a subida é beleza seguida de outra, o topo é de um deslumbramento total. O vento constante e forte, o frio intenso, a arquitetura das construções harmonizando com a paisagem, a organização e eficiência, o sabor suave da cerveja sem álcool e do sorvete, o calor gostoso do sol sobre a pele, o ar seco e fácil de respirar, a altitude de 2.509m, causam um estado de êxtase tal que é fundamental parar por algum tempo nas "estações de experiência" para apreciar o momento. A partir do posto de pedágio há várias construções minimalistas, chamadas de Experiência Timmelsjoch, projetadas pelo arquiteto Werner Tscholl, que contam a história desta estrada, e criam pontos de avistamento perfeitos da paisagem. Os locais de parada são importantes porque a estrada não tem acostamento, nem na subida, nem na descida. É uma estrada estreita (4 a 6 metros) com duas faixas de rolagem, mão e contramão.


A descida de 37 km até Merano conta com alguns túneis e uma média estimada de 1 curva a cada 20 metros! Nossa moto, com pequeno desgaste nos rolamentos da coluna de direção, sofreu um pouco na descida, mas o Gilson a levou pela unha. Foi absolutamente cansativo, lindo, emocionante e assustador. Uma experiência inesquecível!


Timmelsjoch Hochalpentrasse - Trecho entre o Top Mountain Crosspoint até a fronteira

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Vencido o trajeto mais íngreme de abismos constantes, ficou notório o fato de estarmos na Itália, mesmo que um cartaz no alto de uma construção histórica com os dizeres "Tirol ist nicht Italien" (Tirol não é Itália) dissesse o contrário. Os italianos falam para serem ouvidos e dirigem para ficar na frente, o oposto dos discretos alemães. Tínhamos a preocupação de não chegar muito tarde ao destino, pois não fizemos reservas de hospedagem, então não aproveitamos a descida o tanto quanto seria recomendável e desejável.


Entrando em Merano entendemos porque os alemães com quem conversamos insistiam em recomendar essa cidade como base, é uma cidade pequena, com ar aristocrático levemente decadente, mas muito vivaz, bonita e horizontal, alinhada ao longo do rio Passer num vale profundo e largo, cercada pelas encostas das montanhas tomadas pela fruticultura, com clima mediterrâneo. Venta muitíssimo e o ar é seco.


A primeira parada em Merano foi no centro da cidade para comermos algo, pois estávamos famintos! Comemos hambúrgueres veganos que estavam maravilhosos e caros. Ficamos bem felizes que nessa região todos falam alemão, além do italiano, assim pude me comunicar sem dificuldades. Na hora de pagar a conta com uma nota de cinquenta novinha, sequinha e crepitante o garçom alimentou uma máquina com a nota, inserindo-a de todos os lados e direções, enquanto ela sugava e devolvia a nota, num entra e sai irritante. Ele confirmou que era para identificar notas falsificadas. Perguntei ainda se as falsificações eram assim tão frequentes que justificassem que um pequeno bar como aquele tivesse uma máquina operando constantemente, e ele respondeu enfatizando com as mãos: "Estamos na Itália!"



Timmelsjoch Hochalpentrasse - Trecho entre a fronteira até Merano

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Ainda com a questão da hospedagem para resolver, Gilson insistiu que eu perguntasse num hotel 4 estrelas sobre a diária. Logicamente o preço de 350 Euros estava muito acima das nossas perspectivas, mas a recepcionista nos instruiu a seguirmos até o posto de turismo no centro da cidade. Àquela hora ele já estaria fechado, mas na praça onde está instalado encontraríamos um grande painel com todas as hospedagens cadastradas na prefeitura com indicação de locais com vagas disponíveis. Chegando à praça indicada nos deparamos com o enorme painel, exatamente como descrito. Leds vermelhos indicavam locais lotados e os verdes aqueles com vagas. Escolhemos a foto do local mais simples e usamos o telefone instalado no centro do painel que nos permitiu ligar gratuitamente para a pousada escolhida e nos informar sobre preço e direções a tomar para lá chegar. Foi muito eficiente! Quem atendeu foi uma voz de uma senhora idosa que passou o telefone para a filha, indicando tratar-se de uma pousada familiar. Fechamos com a pousada e nos dirigimos para lá.


Compacto de alguns momentos do dia: Passagem pelo Ettaler Sattel, Mittenwald, Vale de Ötz e Estrada Alpina do Passo Rombo/Timmelsjoch

(video: Bárbara)

 

O dia em números:


Deslocamento

  • Trajeto de Bad Bayersoien a Merano

  • Deslocamento = 220 km ≈ Duração = 4h

  • Início: 11h - Fim: 19h


Despesas:

  • Combustível € 20,54

  • Estacionamento € 0,00

  • Vinheta autoestrada austríaca: € 5,00 (válida por 10 dias)

  • Pedágio Timmelsjoch: € 14,00 (o nosso foi passagem única ou one-way, há outros valores para ida-e-volta ou dia inteiro, entre outros)

  • Hospedagem € 65,00

  • Alimentação € 31,29

  • Ingressos € 0,00

  • Moto (peças e serviços) € 0,00

  • Presentes € 0,00

  • Outros € 0,00

  • TOTAL € 135,83


Serviço:

 

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