Munique, 02/08/2019 - Sexta-feira.
A viagem ainda não teve o efeito esperado. Passamos muito tempo fazendo compras, manutenção e rodando em engarrafamentos. Por isso nos permitimos dormir até mais tarde naquela manhã, e demoramos a descer para tomar um slow café da manhã. Afinal, estamos de férias e em lua de mel.
Agora que nosso amigo César não nos encontraria mais em Innsbruck, o caminho na direção dos Alpes estava mais livre para ser guiado pelo coração. Mas não foi bem o coração que orientou a mudança de roteiro naquele dia, foi a previsão do tempo. O plano original sofreu uma adaptação para compensar o atraso e fugirmos do mau tempo previsto para toda região dos Alpes provocadas por um sistema meteorológico cuja atuação abrangia desde o sul do Alto Ágide até o sul da Alemanha por toda aquela semana. Estaríamos menos sujeitos a riscos se durante o mau tempo evitássemos estradas alpinas. Então, ali na mesa do café da manhã, decidimos inverter a ordem do roteiro. Ao invés de começar por Innsbruck, seguir para o Passo Rombo, Dolomitas, Estrada Alpina do Grossglockener, Berchtesgaden e Munique, faríamos esta parte do roteiro no sentido contrário. Dessa forma, ao invés de entrar diretamente na tempestade e seguir no mesmo sentido em que ela se deslocava, ficaríamos alguns dias em Munique e seguiríamos pegando apenas o finzinho do mau tempo, ainda que a região de Berchtesgaden, um dos nossos principais destinos, estivesse sob seu efeito no segundo dia de nossa estada.
Apenas 250 km nos separavam de Munique, isso nos daria tempo de dar uma passadinha em Weisshach a caminho do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Porsche, que ficava a menos de 5 km do hotel e que Gilson queria muito conhecer. Foi um desvio breve, por uma caminho rural que combina muito verde, construções sustentáveis, ruas medievais e um distrito industrial com tecnologia de ponta.
Não fomos os únicos visitantes a percorrer este caminho, mas o estacionamento de visitantes era pequeno e a placa informava que a ocupação não deveria exceder 10 minutos. Estacionamos ao lado de uma Variant muito conservada e logo em seguida chegaram mais dois motociclistas viajantes. O complexo da Porsche é enorme e moderno, e na entrada estava exposto um exemplar sujo de lama (!) do 911 RSR com todos os seus 1.243 kg, motor boxer de seis cilindros com 4.000 cm³.
Não nos demoramos no complexo porque, além da atração exposta à entrada, obviamente aquela planta não oferecia atividades para simples curiosos ou apaixonados por carros esportivos. Depois de algumas fotos retornamos pelo mesmo caminho e chegamos à autoestrada por volta das 11h.
Passamos todo percurso na Autoestrada A8 que conta com alguns cruzamentos e bifurcações com outras importantes autoestradas entre Stuttgart, Frankfurt e Munique, três grandes centros econômico. Assim como no dia anterior, também havia obras que provocaram lentidão e longas filas. Algumas vezes percebemos pais tentavam animar filhos pequenos nos bancos de trás. Estes nos observavam e respondiam despertos de seu tédio o cumprimento que recebiam. O trecho mais bonito do dia foi logo depois de um congestionamento gigantesco, seguido de um semáforo que direcionava os dois sentidos da estrada, uma da cada vez, através de uma estrada de duas pistas numa cadeia de montanhas baixa, com um vale estreito e fotogênico. Um curto trecho sinuoso com uma bela vista.
Gilson se queixou que era difícil equilibrar a moto pesada no aclive antes do túnel em obras e arriscou andar pelo corredor. Ninguém reclamou... Havia fila até num posto de combustíveis! É que as bombas são liberadas para novo abastecimento apenas depois do pagamento do abastecimento anterior. Aparentemente, os turistas estrangeiros não sabiam disso e se demoravam fazendo compras. Nós adotamos a prática de agilizar a liberação da nossa bomba dividindo as tarefas, enquanto Gilson abastecia eu aguardava próximo ao caixa e fazia o pagamento assim que o bico da bomba era devolvido ao lugar.
A medida que o dia avançava e nos aproximamos de Munique o trânsito e a atmosfera se adensaram. Vento, nuvens carregadas e muitos carros, motorhomes e caminhões nos acompanharam o tempo todo, mas conseguimos desenvolver uma boa velocidade, e pela primeira vez nesta viagem passamos dos 140 km/h, o que cansa tanto quanto andar devagar. A estrada no entorno de Munique estava lotada e foi um saco! Demoramos uma eternidade para percorrer os últimos quilômetros até o hotel.
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Praça do centro comercial
Ficamos em MESSE, o bairro planejado do Centro Internacional de Eventos de Munique, fica a leste do centro da cidade e conta com praças, parques, centro comercial e a estação de metrô que o interliga a outras áreas da cidade. O hotel é enorme, tem excelente estrutura e foi muito barato, o mais barato até então, reservamos três noites de estada. O quarto é clean e funcional, com piso aquecido no banheiro que também contava com uma excelente ducha. Optamos pela estada ECO ao renunciar à limpeza diária do quarto. Isso nos deu um bônus de quinze Euros que usamos no jantar do restaurante do hotel, de onde pudemos ver nossa F650 que ficou estacionada na rua entre o hotel e a praça do Centro de Eventos, apesar de termos a opção de deixá-la na garagem do subsolo.
Depois do jantar caminhamos até o agradável centro comercial e andamos pelas várias praças. Descemos também até a estação de metrô para reconhecer o caminho do dia seguinte, planejado para conhecer o Deutsches Museum. Para o Gilson esta era uma das principais atrações de toda a viagem e despertava muita expectativa. Mal sabíamos o que estava para acontecer...
O Dia em Números:
Deslocamento: Trajeto de Weisshach a Munique
Distância percorrida do dia = 279km ≈ Duração = 4h10min
Início 10h30min - Fim 16h55min.
Paradas e desvios: Desvio até Porsche (10 km; 45 min.) + 3 paradas na autoestrada (1h30min.).
Despesas Básicas:
Deslocamento € 22,04
Hospedagem € 60,35
Alimentação € 14,50
Ingressos € 0,00
SUBTOTAL A - € 96,89
Custos de manutenção:
Serviços: € 0,00
Peças: € 0,00
Ferramentas: € 0,00
Material de consumo: € 0,00
SUBTOTAL B - € 0,00
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