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10° Dia - DEUTSCHES MUSEUM, VIKTUALIENMARKT E MARIENPLATZ - Munique

Atualizado: 25 de ago. de 2021


Deutsches Museum
Munique, 03 de agosto de 2019 - Sábado

Quando acordamos com vista para o silencioso pátio do hotel, não sabíamos o que o dia nos reservava, e ele começava cheio de expectativas positivas. Era o dia de conhecer o mais famoso museu de tecnologia da Alemanha, o Deutsches Museum, uma das principais atrações na lista de desejos do Gilson.


Fomos surpreendidos no amplo refeitório do hotel com a quantidade e variedade de hóspedes de várias nacionalidades. Ficamos cercados de rostos morenos velados por véus e até uma máscara dourada, que permitia à matriarca comer sem mostrar a face. Totalmente contrastantes e em menor número, italianos e holandeses vestidos descontraidamente com muita pele à mostra..


Decidimos ir de metrô ao museu. Compramos o bilhete de grupo diário, proporcionalmente mais econômico, que permite infinitas viagens durante o dia todo. Com a ajuda do Googlemaps sabíamos a linha, horário do embarque, duração da viagem e a estação final. O sinal se perdeu no subsolo, mas é fácil de se localizar: as estações são anunciadas pelo alto-falante e indicadas nas telas dentro do vagão e nas paredes pintadas de cor intensa que diferenciam uma estação da outra. O sinal de GPS voltou na superfície, mas Gilson preparou sua própria trilha de migalhas, fotografando tudo o que poderia servir de referência para encontrar o caminho de volta.



Fila

Da Ponte sobre o rio Isar, com seu leito largo de águas turquesa e margens verdes, se avista a Torre do Museu e fez pulsar a expectativa. Deu vontade de caminhar no parque lá em baixo! Mas não agora, primeiro o museu.


A fila estava enorme e contornava o bloco da loja do Museu com sua vitrine repleta de artigos interessantes. O vento úmido nos forçou a vestir os casacos, enquanto o pai a nossa frente sugeriu ao filho que se abrigasse na loja. Quando nos aproximamos da bilheteria, ele ficou aflito e repreendeu o garoto quando finalmente reapareceu por não ter atendido o celular. Há coisas que são universais, não importa em que país estamos.... Gilson cedeu a vez para um casal idoso pois a chuva que começou a cair, até que, finalmente chegou nossa vez e com os preciosos tickets em mãos nos dirigimos à entrada sob a Torre com a cúpula.


Deutsches Museum

Para um acervo desta magnitude é bom concentrar a visita numa ala específica, como Gilson fez com as máquinas térmicas, assunto que é sua especialidade. Gilson explicava para mim o funcionamento de uma das máquinas a vapor, identificada como peça mestra da coleção, e ponderava como ilustrar suas aulas práticas aos alunos da engenharia mecânica, quando fomos interrompidos por um tour guiado formado por jovens chineses que se posicionaram na frente do exemplar obstruindo totalmente sua observação. Aguardamos pacientemente que terminassem para continuarmos os registros fotográficos. Gilson sentiu empatia pelo guia que tinha a sua frente um grupo de estudantes entendiados, e mesmo sem entender completamente o inglês, quis ingenuamente valorizar o trabalho do guia mostrando algum interesse. Quando grupo finalmente se moveu, o guia esbarrou no braço do Gilson dizendo baixinho em tom hostil:

"Se quiser um guia, deve contratar o serviço."

Gilson perguntou o que o guia tinha dito em alemão e quando traduzi ficou perplexo pela interpretação dada à sua atitude... Afinal, ele podeira ensinar muito mais que qualquer guia naquele museu sobre aquele tema...




Ainda carregados da rudeza do guia, fomos recepcionados por um funcionário que explicou como funcionava o primeiro motor a vapor naval da história a cruzar o oceano, e colocou o modelo exposto em funcionamento, contando curiosidades históricas relacionadas à navegação. Ele aguardava pacientemente que eu traduzisse as informações para Gilson e respondia às perguntas de forma didática e com simpatia. Depois nos levou a outra ala para mostrar dois exemplares náuticos relacionados às histórias que havia nos contado. A forma amistosa com que nos tratou ajudou a acalmar nossos ânimos e pudemos continuar a visita menos tristes pela hostilidade de seu colega guia, porém a todo instante reencontrávamos aquele grupo o que nos forçava a esperar à distância para não sermos hostilizados novamente. Decidimos fazer uma pausa e almoçar no refeitório do Museu. Depois do almoço retomamos a visitação pelas outras coleções, mas o encanto inicial tinha se perdido. Não me entendam mal, o museu é fantástico, mas experiências negativas tendem a ofuscar as positivas. Não deveria ser assim, mas é o que acontece.



Viktualiem Markt e Marienplatz

Saímos do museu e caminhamos na direção do Viktualiemmarkt. Mal chegamos na segunda esquina, começou a chover, e nos abrigamos sob o toldo do simpático Café Italiano Markes. Dividimos a mesa com um rapaz que nos convidou a sentar com ele quando percebeu que não havia outra mesa livre. A amiga que ele esperava chegou quando terminamos o café e a deliciosa torta e eu, sem querer, deletei as fotos do dia que ainda não tinham sido salvas no backup virtual. - Nãããõooo! -


O viktualiemmark é uma muvuca total, perfeito para people watching. Há toda sorte de humanos por aqui, desde o ultra tradicional bávaro-tirolês em calções de couro até o casal gay travestido de capitão e marinheiro-queen, passando por toda sorte de residentes e turistas. Compramos limões e cerejas e achamos tudo muito caro. Mas a visão do todo é colorida, animada e quase alegórica, com vários lugares para sentar, comer e beber, ao sol ou à sombra das árvores. Daqui para o Marienplatz é um pulo e a muvuca se reproduz. São lugares onde todo turista parece querer bater Selfie. E eis-nos aqui, sorrindo numa roda de Hari Krishna entre flores, tambores, música, elefantinho e comida ofertados pelos alegres músicos em frente ao Neues Rathaus.


Viktualienmarkt

Marienplatz


Nenhuma construção excede a altura das torres das igrejas, que dominam o skyline da cidade. Os prédios mais altos devem ter no máximo 8 pavimentos, já incluindo as lojas no térreo e os apartamentos sob telhados inclinados. Tudo o que estávamos vendo ali foi reduzido ao chão durante a segunda guerra mundial com os bombardeios dos aliados. A sul de Munique ficava o refúgio de Hitler e Munique era não apenas uma potência econômica como também reduto dos extremistas de direita nazista, e contava com um campo de trabalhos forçados em Dachau, nas proximidades. O que impressiona é que o resultado da reconstrução da cidade não deixa transparecer este passado, e dá mais importância a retratar a persistência e capricho da população. Deixaram o passado trágico para Dachau, que abrigava as instalações do campo de trabalhos forçados.


St. Peter Kirche (Igreja de São Pedro)

Entre o Viktualiemmarkt e a Marienplatz fica a igreja de São Pedro... Dizem que é a igreja mais antiga de Munique por isso é conhecida por Alter Peter, ou Velho Pedro. Sua origem, datada do séc. XII, está intimamente ligada a fundação da cidade. Passou por destruições e reconstruções até chegar ao conjunto atual de uma igreja gótica, construída sobre uma base românica com a torre e o interior em estilo barroco. Pequena e silenciosa, a igreja de três naves é ricamente decorada, abriga algumas relíquias de santos e um lindo afresco no teto de Johan B. Zimmermann. Sua torre é conhecida por ser um dos melhores locais para ver o Centro de Munique de cima e havia fila em frente à porta que leva à estreita escada em caracol com 300 degraus até o topo, onde grupos se alternam para subir ou descer. Uma fila por dia é suficiente para mim, então deixei a visão privilegiada para aqueles dispostos a esperar, voltei para junto de Gilson que ficou contemplando o interior da igreja. Os 3 euros reservados para o acesso à torre deixei como donativo à comunidade.



Stadt Galerie (Galeria de Arte da cidade)

Dobrando a esquina do prédio neogótico do Neues Rathaus (prefeitura nova) nossa atenção foi fisgada por um dragão na parede, próximo a uma passagem que nos levou ao pátio interno da construção, onde se abrem algumas portas para o interior do edifício. Passamos por uma delas que dava para um corredor escuro com outras tantas portas e chegamos à gratuita Stadt Galerie (Galeria de Arte da cidade) que expõe obras de artistas regionais de alcance extrarregional. Naquele dia estavam expostas obras de Gerd Winner, com a coleção Metrópoles - Estruturas Urbanas, que me tocou profundamente pelo tema e o realismo dramático do grafismo de suas obras que retratam estruturas urbanas viárias e arquitetônicas mundialmente famosas representadas em fotografias e óleo sobre tela. A galeria estava praticamente vazia, assim como a igreja de São Pedro, nos forneceu um refúgio de tranquilidade contrastante com o agito exterior. Foi lindo poder apreciar longamente aquela arte sentados em cadeiras confortáveis.


Stadt Galerie - Obras de Gerd Winner


Speilzeugmuseum (Museu do Brinquedo)

Estávamos prontos para voltar ao hotel, quando resolvemos entrar no prédio da prefeitura antiga (Altes Rathaus), não pela entrada principal, mas pela discreta porta sob a torre que leva à escada em caracol. Um grande catavento instalado sob a passagem em abóbada no nível do calçadão chama atenção que o letreiro na fachada não capta. A torre abriga em seu interior o Museu do Brinquedo que é capaz de induzir um flashback nostálgico em qualquer um. O ingresso de seis euros permite subir ou descer de elevador ou pela escada. Cada patamar dá acesso a uma pequena sala temática onde reencontrei alguns livros da minha infância, um deles, guardo até hoje. E através dos vidros antigos ondulados das pequenas janelas envidraçadas tem-se uma bela vista da Marienplatz, sem filas.


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Museu do brinquedo



Voltamos ao hotel pelo mesmo caminho, e Brigite continuava onde estava, mas com acúmulo de resina das árvores em toda sua superfície. Teríamos que lavá-la num posto... Mas não hoje. Antes de mais nada fomos comer uma pizza, pois estávamos famintos.


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Fotos: Gilson e Bàrbara

 
deslocamento do dia
O Dia em Números:


Deslocamento: Trajeto de Munique MESSE a Munique Centro


  • Distância percorrida: 2,9km a pé e 17,70km de metrô ≈ Duração = 3h00min

  • Início 10h00min - Fim 18h15min.

  • Atrações: Deutsches Museum, Viktualiemarkt, Igreja de São Pedro, Marienplatz, Galeria de Arte do Neues Rathaus, Museu do Brinquedo.







Despesas Básicas:

  • Deslocamento € 12,80

Trajeto a pé pelo centro de Munique

  • Hospedagem € 60,35

  • Alimentação € 30,05

  • Ingressos € 40,00

  • SUBTOTAL A - € 143,20


Custos de manutenção:

  • Serviços: € 0,00

  • Peças: € 0,00

  • Ferramentas: € 0,00

  • Material de consumo: € 0,00

  • SUBTOTAL B - € 0,00










 
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