top of page
  • Foto do escritorBárbara

8° Dia - PNEUS NOVOS NO RITMO DOS ANJOS - Entre Oberhonnefeld-Gierend e Weissach

Atualizado: 24 de ago. de 2021


Finalmente, pneus novos!
Weissach, 01 de agosto de 2019 - Quinta-feira

Este teria sido o dia de encontrar César em Innsbruck e iniciar o giro pelos Alpes. Do hotel onde partimos naquela manhã até o local do encontro, são 620-680 km, respeitando nosso limite de quilometragem diária, levaríamos 2 dias para percorrer esta distância. Isso significa que estávamos atrasados exatamente 2 dias na nossa programação. Seria uma grande sorte se nossa moto vintage, não apresentasse defeitos ao longo da viagem e contávamos com essa possibilidade. Então, nada de pânico. Basta cortar algum dos destinos. Apenas teremos que chegar a um acordo qual corte será feito.


Mas antes, precisamos buscar a moto na oficina onde, pela manhã, foi feita a troca dos pneus, encerrando a Saga dos Pneus. O caminho até a oficina foi o mesmo do dia anterior, o que não diminuiu a beleza do percurso, e o BMW Mini Cooper emprestado pela oficina nos proporcionou uma agradável variação de rotina. Estávamos ansiosos para buscar a moto, que esperava prontinha no pátio da oficina quando chegamos no horário marcado.


Nossa...! Os pneus novos deram outra cara...! Depois da burocracia obrigatória, o gerente nos orientou a andar devagar nos primeiros 100 km e o mecânico repetiu o conselho quando fui me despedir e agradecer. Em menos de 15 minutos finalizamos inspeção, pagamento, montagem das malas laterias e estávamos voltando ao hotel. Gilson queria descansar um pouco antes de pegar a estrada, pois a agitação do dia anterior se reproduziu no sono da noite. Às 11h a arrumadeira avisou que era a hora do check-out, mas permitiu que ficássemos até o meio dia, sem acréscimos na diária. Foi o que fizemos.

Clique sobre as setas nas laterais da imagem para ver todas as imagens.


A viagem continua.

O desempenho da ciclística com pneus novos foi impressionante! Tudo ficou mais fluido, e sem a carga desta preocupação pudemos observar a estrada, trânsito e paisagem. O aspecto de clareza, ordem e limpeza, fruto da ausência de poluição visual na rodovia, é perfeito. Placas, apenas que orientam o trânsito e a cada trecho entre dois postos uma que ilustra os perigos do celular ao volante.


Saímos sem destino fixo. Combinamos de rodar até às 17h quando procuraríamos um hotel para o pernoite. Havia muita gente na estrada e no restaurante onde paramos para lanchar. Nessa confusão de línguas sentamos ao lado de uma família de brasileiros e foi bom ouvir o som do português! Na parada seguinte, abastecemos e encontramos três ingleses, mas eles não se desviaram de seu foco, nem mesmo com os olhos. Terminado seu abastecimento, dois se colocaram lado a lado e aguardaram o terceiro passar entre eles como batedor. Partiram como chegaram, frios e duros, bem bretões.


De volta à estrada a velocidade média de 110 km/h diminuiu gradualmente o que nos cansou e tomou tempo nas outras duas paradas que fizemos. Próximo de Estugarda passamos por várias obras com longas filas num ritmo stop'n go onde motoristas se posicionavam nas bordas das pistas para liberar um corredor de emergências e resgate e Gilson fez um esforço para não transitar no atraente corredor.


Primeiro trecho da autoestrada, ainda sem congestionamento.


Gilson compensou o atraso acelerando sempre que possível, mas o enorme congestionamento final acabou consumindo todo tempo recuperado... Paramos às 17 horas, como combinado, para esperar o congestionamento diminuir e Gilson aproveitou para dormir por 15 minutos. Fiz uma busca por hotéis e encontrei uma ótima relação custo benefício a poucos quilômetros dali. Enquanto esperava Gilson acordar pude observar à volta, caminhoneiros e turistas preparando o jantar nas cozinhas improvisadas, eram a maioria.


Meu pensamento vagou até chegar uma lustrosa Harley Davidson amarela. O piloto grisalho, vestido com uma jaqueta de couro que tinha a pintura de sua moto nas costas, desceu da sua Fat Boy original e conservada e esticou os ossos, parecendo aborrecido. Animou-se com o elogio que Gilson fez e iniciou uma conversa despretensiosa. Disse nunca ter feito uma viagem tão longa como a nossa e achou interessante que viéssemos de tão longe para percorrer um trajeto que ele mesmo gostaria de fazer. Tínhamos compartilhado o mesmo trajeto naquele dia. Ele tinha partido de Bonn pela manhã e estava indo encontrar amigos em Estugarda. Ele contou que é um problema enfrentar lentidão na autoestrada com sua moto, condição que o obriga a transitar pelo corredor de resgate porque o óleo do motor superaquece sem o arrefecimento proporcionado pelo vento. Disse que outros motociclistas sem esse problema fazem o mesmo, o que despertou o interesse de Gilson.


Trocamos impressões sobre o que vimos e elogiamos as autoestradas alemãs, e ele respondeu com um ditado muito popular no mundo das duas rodas:

"Nunca corra mais rápido que seu anjo da guarda consegue voar."

Bem, parece que nosso anjo nos protegeu com todo o tipo de obstáculo que encontramos ou então nós é que somos lentos mesmo... O colega parecia disposto a prolongar a conversa e o descanso, mas era hora de irmos e nos despedimos.



Levamos quase uma hora para percorrer os 35 km até o hotel, que era de fato ótimo! O gerente de plantão nos recepcionou atencioso, simpático e acessível. Depois de nos instalarmos, decidimos ir até Weissach onde compramos provisões para o jantar e lanches do dia seguinte.


Weissach é encantadora e foi um achado surpreendente. Aninhada nas curvas de nível das colinas, a vila de origem medieval é muito bem conservada graças aos recursos da indústria automobilística de pequeno e médio porte instaladas na região, além do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa da Porsche. Íamos absorvendo aquela beleza, respeitando o limite de 30km/h da via quando levei um susto tremendo. Um motorista impaciente tentou nos desintegrar por buzina e forçou ultrapassagem numa rua estreita do centro histórico. Gilson parou e o deixou passar, mas ficou puto pela manifestação de estupidez e o susto que causou.


De volta ao hotel, o gerente sugeriu que fôssemos ver o pôr do sol no Palácio Solitude, que nas suas palavras, é um "lugar onde a magia acontece ao sol poente". Uma proposta tentadora, mas não há romantismo que resista ao mau humor de motoristas no entorno de uma grande cidade. Então, decidimos ficar na serenidade do nosso aconchegante quarto de hotel, porque o roteiro precisava de atenção.

 
Percurso do dia.
O Dia em Números:

Deslocamento: Trajeto de Oberhonnefeld-Gierend e Weisshach

  • Distância percorrida do dia = 321km ≈ Duração = 4h50min

  • Início 9h15min - Fim 21h15min.

  • Paradas: 3 paradas na autoestrada ≈ Duração = 1h50min.

Despesas Básicas:

  • Deslocamento € 23,24

  • Hospedagem € 90,00

  • Alimentação € 57,93 (incluindo o café da manhã na padaria)

  • Ingressos € 0,00

  • SUBTOTAL A - € 171,17

Custos de manutenção:

  • Serviços: € 139,00

  • Peças: € 0,00

  • Ferramentas: € 0,00

  • Material de consumo: € 0,00

  • SUBTOTAL B - € 139,00





 
Continue a Leitura:

Post Anterior:

Post Seguinte:

 
Links:
 
29 visualizações0 comentário
20180620_134954_edited.jpg
DEIXE SEU COMENTÁRIO
  • Instagram
SIGA-NOS NO INSTAGRAM
bottom of page