top of page
  • Foto do escritorBárbara

7° Dia - UMA MANHÃ EM COBLENÇA E A SAGA DOS PNEUS - de Coblença a Oberhonnefeld-Gierend

Atualizado: 24 de ago. de 2021


Finalmente, pneus novos!

Oberhonnefeld-Gierend, 31/07/2019 - Quarta-feira


Estamos na estrada, novamente.

Partimos hoje de Coblença, que é uma charmosa e amigável cidade localizada na confluência dos rios Mosela e Reno, ambos de grande importância histórica, cultural e econômica. Os dois cursos d'água serpenteiam pelo Vale do Alto Médio Reno, lar dos vinhedos de encosta, classificado pela UNESCO Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria de Paisagem Cultural. O encontro dos dois rios é marcado por um promontório artificial de planta triangular, conhecido mundialmente por Deutsches Eck, de onde as águas seguem numa topografia mais calma até a Holanda, desaguando no Mar do Norte.


O plano era seguir viagem à tarde. Então aproveitamos a manhã de sol e subimos até a fortificação Ehrenbreitstein, no topo do penhasco. Dá para passar o dia inteiro aí. O parque é amplo, bonito e tem ótima estrutura com lounges, Biergaten e parque infantil, além de ciclovias espalhadas por toda a área. Deixamos a moto no estacionamento junto à fortificação com valor reduzido combinado ao ingresso. Começamos pelo mirrante, que é gratuito, subindo pelas rampas apoiadas num belo arranjo de treliças, até o ponto de onde se vê a Deutsches Eck emoldurada pelas copas das árvores, e de onde se pode apreciar a vista e entender a geografia.




Optamos pelo bilhete combinado da fortificação com passeio ida e volta de teleférico. Entramos na fortificação assim que ela abriu e ela nos recebeu entre muralhas ao som sinestésico de patas de cavalos e soldados em marcha e manobras. Várias camadas defensivas, passagens, túneis e compartimentos levam por um longo caminho até a borda do penhasco de onde se vê o encontro dos rios e seu entorno. Não visitamos as exposições para não transformar a visita numa corrida, preferimos uma cerveja no ensolarado Biergarten.


O teleférico atravessa o Reno onde cargueiros deslizam em direção a Holanda e cruzeiros repletos de bronzeados turistas partem em direção às margens cobertas de vinhedos. O parque junto ao rio é emoldurado por uma robusta alameda que ameniza o calor. Turistas de todas as nacionalidades transformam a esquina alemã numa babel animada e colorida, não faltaram policiais fazendo segurança e representantes de seita evangélica fazendo pregação. Caminhamos até o Deutsches Eck com vista sobre a correnteza prateada e a fortificação lá em cima, e retornamos até a estação de teleféricos para cruzar o rio.





Terminada a visita, voltamos com a moto ao hotel no limite para o check-out tardio sem acréscimo na diária. A bagagem estava pronta e foi só partir. Mas os pneus da F650 estavam exigindo muito da pilotagem. A sorte revelou nas proximidades um grande fornecedor de pneus que revendia a marca que nossa Brigite calçava, o que é essencial pois na Alemanha os dois pneus devem ser do mesmo fabricante. Na oficina constataram a urgência da troca, mas o pneu não estava na loja, e sim no depósito central a 50 km de distância. Gilson se ofereceu para buscá-lo e o vendedor sugeriu a venda dos pneus e acessórios com a instalação numa outra oficina situada a 7km do depósito, assim não precisaríamos voltar pela auto-estrada.


Chegamos ao depósito no final do expediente e fomos pressionados a sermos breves. Mas o encarregado mudou sua atitude depois de rolarem alguns xingamentos em português quando Gilson não conseguiu abrir o fecho do bolso interno da jaqueta que, na pressa, engoliu o tecido e não deslizava nem pra frente, nem pra trás. O fecho abriu e dele emergiu a nota fiscal. Lista de compras conferida, Gilson se espantou por termos comprado não um, mas dois pneus com fitas e câmaras de ar correspondentes. É que durante a negociação com o prestativo e eficiente vendedor tive dificuldade em entender seu alemão sulista e não traduzi toda a negociação. Tomei a decisão de comprar os dois pneus para abreviar a saga da substituição e Gilson acabou gostando. Foi um alívio não precisar retornar pela autoestrada com os pneus pendurados sobre as malas laterais. A tal oficina indicada ficava perto rodando por estradas rurais. Ufa!






Éramos uma visão incomum e curiosa quando chegamos à empresa muito bem estruturada, instalada num galpão envidraçado, e que não tinha por padrão instalar pneus comprados em outro lugar. Relatei ao gerente nossa saga em busca dos pneus, dificultada pelo fato de estarmos em trânsito. A condição emergencial não deixou margem ao gerente para negar o serviço. Porém, este serviço demandaria 1 hora de trabalho e naquele instante faltavam 30 minutos para fechar e isto conflitava com sua politica de horas extras. Apenas na primeiro hora do dia seguinte seria possível encaixarem a nossa moto sem comprometer sua agenda. Não havia o que fazer... Aceitei, e vi Gilson frustrado despencando no sofá.


Putz! Sentei e fiquei tentando entender a conversa que a Bárbara tecia com o alemão. Fiz cara feia de reprovação, mas logo lembrei-me dos ensinamentos da Bárbara de que a expressão que eu fizer determinará o humor da pessoa com quem eu estiver me relacionando, seja ele alemão, brasileiro, ou norueguês. Desamarrei a cara, e percebi um rápido contato visual com o tal gerente eficaz e eficiente, marca registrada dos alemães de sucesso. Senti a empatia. (Gilson)

Pedi uma sugestão de hotel para pernoitarmos, o gerente pensou e ligou para um hotel e fez reserva. Depois consultou o computador e foi falar com os mecânicos. Voltou com a sugestão de deixarmos a moto ali, possibilitando que o serviço pudesse ser feito no primeiro horário do dia, e nos ofereceu o carro da empresa para irmos ao hotel e voltar no dia seguinte sem pressa. Foi um alívio ver tudo resolvido e agradeci com um sorriso sincero.


Depois de fotocopiar os passaportes e habilitação internacional, colocamos a bagagem no BMW mini cooper, registramos quilometragem, trocamos chaves e passamos por um breefing de comandos. A partida sem chave acionou o motor e uma estação de rádio com ótimo repertório. Agradeci novamente e seguimos para o hotel leves e alegres, lembrando do amigo Rosenberg que teria gostado de percorrer aquele caminho lentamento curtindo o lindo final de tarde. O gerente do hotel nos aguardava muito simpático, era casado com uma baiana e entendia um pouco de português. O Hotel A3 é muito confortável e limpo, localizado em um bem cuidado lugarejo, ao lado da autoestrada A3, 30 km a norte de Koblenz.



Pelo calor e pela música, seria difícil imaginar que estamos no centro da Alemanha. Na rádio falavam com preocupação da onda recorde de calor daquele verão de 2019.

 
Percurso do dia.
O Dia em Números:

Deslocamento: Trajeto de Coblenza a Oberhonnefeld-Gierend

  • Distância percorrida = 114km ≈ Duração = 3h34min.

  • Início 9h - Fim 19h35min.


Despesas Básicas:

  • Deslocamento € 22,72

  • Hospedagem € 79,00 (sem café da manhã)

  • Alimentação € 18,81

  • Ingressos € 29,60

  • SUBTOTAL A - € 150,13

Custos de manutenção:

  • Serviços: € 0,00

  • Peças: € 244,00

  • Ferramentas: € 0,00

  • Material de consumo: € 0,00

  • SUBTOTAL B - € 244,00




 
Continue a Leitura:

Post Anterior:

Post Seguinte:

 
Links úteis e interessantes:
 
33 visualizações0 comentário
20180620_134954_edited.jpg
DEIXE SEU COMENTÁRIO
  • Instagram
SIGA-NOS NO INSTAGRAM
bottom of page