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  • Foto do escritorBárbara

1° Dia: Aclimatação em Hamburg

Atualizado: 24 de ago. de 2021


Hamburg, 07/06/2018 - Quinta-feira


Dormi profundamente! Só lembro de deitar à noite e acordar com muita luz às 5h da manhã. Gilson já estava acordado ouvindo um CD do Queen que nunca foi lançado no Brasil. Ele acordou mais cedo ainda pensando que já era tarde por causa da intensidade da luz do dia. Estava maravilhado com tudo e ficava repetindo não acreditar que estava mesmo na Alemanha.


Ouvimos música e caminhamos pelo lindo e perfumado jardim de Brigitte. Havia muitos pássaros, um deles era particularmente melodioso, parecia um sabiá.


O jardim era estreito e comprido e foi concebido ao longo de um caminho sinuoso e pavimentado com pedras, que liga portão ao anexo onde estamos hospedados. Em frente a escada que leva à cozinha de Brigitte o caminho se alarga para abrigar mesa e bancos construídos com grossas pranchas de madeira e toda área não pavimentada é ocupada por uma variedade de espécies arbustivas floríferas com diferentes texturas e formatos. Não há espaço vazio nos canteiros de onde emergem bebedouros para pássaros e obras de arte em madeira e metal. Brigitte é uma artista com alma de arquiteta.


Gerhard veio nos buscar para o café da manhã que durou duas horas. Ele é o retrato da economia e consegue transformá-la em prazer. Tudo estava simples, delicioso e preparado com capricho. Em sua casa reinam objetos de memórias afetivas e seu coração é em torno daquela pequena mesa multifuncional de madeira ao lado da cozinha, posicionada junto a janela e banhada de luz, de onde se pode ver o jardim e as estantes da sala repletas de álbuns de fotografias de suas viagens, seus relatos de viagem escritos à mão, livros de literatura, discos de vinil, instrumentos musicais, fotos da família, e outras coisas inspiradoras.



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Gerhard queria mostrar como chegar à casa de Hilla e à loja de artigos para motociclistas usando o transporte público. Descemos com ele a pé a colina até chegar à estação central de Harburg, um bairro residencial muito vivo na área metropolitana de Hamburg. Foi fantástico ver no caminho uma estação de empréstimo de carros elétricos ao lado de outra de bicicletas elétricas. Gerhard não dirige mais, prefere o transporte público ou o Hackemercedes (Mercedes de calcanhar = andar a pé). Na estação, mostrou como comprar os bilhetes e em qual plataforma tomar a S-Bahn. Essa estação atende os trens regionais na parte de cima, e a S-Bahn pelo subsolo. A construção é simétrica e lhe faltam referenciais para orientação. Gilson tirava fotos de tudo justificando que eram suas "migalhas de pão" para encontrar o caminho de volta.


A S-Bahn nos levou ao centro de Hamburg passando a Südelbe e a Nordelbe, braços sul e norte do rio Elbe que, ao se dividir no baixio, forma uma ilha onde se localiza o Clube de Pequenos Jardins (Kleingartenverein). Atravessando a Nordelbe vê-se o porto com suas gruas e a Elbphilharmonie, o polêmico prédio que divide opiniões. A cidade quase não tem prédios altos e os poucos que existem se destacam no horizonte, ajudando na orientação espacial. Uma estação antes da Central é onde desceremos amanhã para fazer nossas compras. A estação central é movimentadíssima e cosmopolita. Pareceu muito confusa, mas Gerhard mostrou os pontos de referência. Trocamos para a plataforma da U-Bahn passando túneis e escadas, e usamos os mesmos bilhetes para percorrer trecho final até o bairro de Hilla, que não poderia ter uma referência melhor que o Centro Comercial Mundsburg com suas torres trigêmeas.



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O pé da minha mãe piorou muito, evidenciando que a viagem não lhe fez bem. Ficou claro que ela não poderia fazer todas as visitas programadas, como aquela de Munique, e teria que ficar em repouso absoluto. Mas daquela sacada tinha-se uma linda vista! Ao lado fica a igreja de St. Gertrude, onde iniciava um belo parque gramado habitado por coelhos e uma enorme Tília cheia esquilos. Cruzando a rua em frente, arborizada por tílias e de trânsito local, chega-se ao canal margeado por um parque linear onde se pode fazer belas caminhadas. Esse é o pedacinho de Hamburg que mora no meu coração! Hilla preparou uma deliciosa refeição vegetariana e mais uma vez me senti honrada pela hospitalidade do anfitrião.


Lá fora estava quente demais! Fomos ao Centro Comercial onde comprei duas camisetas porque não vim preparada para tanto calor. Depois fomos ao Aldi Markt procurar um chip pré-pago com dados de internet sugerido por um amigo brasileiro. Levei um belo drible do caixa do supermercado por não entender os termos que ele usava, e pressionada pela fila, acabei comprando um pacote de dados que ainda não consegui ativar porque deveria ser feito na filial da Aldi Süd, ou pela internet por vídeo conferência.


Dali caminhamos até chegar à lagoa que se forma pelo represamento do rio Alster. Já era fim de tarde e muitas pessoas aproveitavam o sol e o calor para ficarem no parque com vista sobre a cidade e suas várias torres de igrejas se sobressaindo no horizonte na outra margem. Não fomos longe, apenas seguimos a trilha da margem até um Biergarten, onde pedimos uma água mineral e uma coca-cola a 6 euros. Caramba! Achei caríssimo, mas como foram servidos em copos não quis devolver. Mas ficamos ali aproveitando o happy hour, a paisagem e a bebida. Antes de irmos, Gilson devolveu os copos e voltou encantado por ter recebido dois euros pela devolução.



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Voltamos à casa de Hilla para nos despedir. Era hora de testar se a orientação de Gerhard seria suficiente para nos levar de volta. Sentimos dificuldade em reconhecer o lado certo dos trilhos, que determina o sentido que os vagões seguirão, mas retornamos à estação de Harburg sem problemas. Subindo a ladeira, entramos na mercearia do turco para comprar nossa janta e o café da manhã do dia seguinte. Depois de chegar, lavamos roupa e preparamos nosso jantar. Estamos animados, amanhã compraremos o equipamento de proteção que nos falta para a viagem de moto.

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O dia em números


Deslocamento:

  • Dia sem moto

  • transporte público - Distância percorrida = 32 km ≈ Duração = 1h

  • a pé - Distância percorrida = 8 km ≈ Duração = 2h

Despesas:

  • Combustível € 0,00

  • Estacionamento € 0,00

  • Transporte público € 6,60 (o passe mensal de Gerhard dá direito a uma pessoa acompanhá-lo sem pagar)

  • Hospedagem € 0,00

  • Alimentação € 14,00

  • Ingressos € 0,00

  • Moto (peças e serviço) € 0,00

  • Outros 1 € 17,99 (chip pré-pago + créditos)

  • Outros 2 € 48,98

  • TOTAL € 87,57

 

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