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19° Dia: ENGOLIDOS PELA CHUVA, BATERIA DESCARREGADA e NOTÍCIAS DO BRASIL– de Krün a Munique

Atualizado: 24 de ago. de 2021

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Munique, 12 de agosto de 2019 - Segunda-feira.

Estamos nos pés dos Alpes na Baviera cercados de florestas, montanhas e muitas nuvens itinerantes. A pousada é realmente muito aconchegante, e o staff atencioso, porém muito ocupado. O casal proprietário faz de tudo e conta com a ajuda de uma única faxineira responsável por manter a limpeza de toda a pousada, que naquele dia estava lotada.


Foi um golpe de sorte termos chegado aqui com apenas um quarto livre, que teve a reserva cancelada poucas horas antes. Além de ser aconchegante, o café da manhã foi excelente e nos demoramos sentados à mesa com vista para as montanhas. Nossa programação era continuar viagem até Nürnberg. O trajeto por autoestrada poderia ser vencido em poucas horas o que nos permitiria reservar parte do dia para algum passeio turístico.





VISIBILIDADE DE 5 METROS E BATERIA ESGOTADA

Tão perto do pico mais alto da Alemanha, o Zugspitze, cogitamos a possibilidade de conhecê-lo, subindo com o teleférico, almoçando lá em cima e retornando para continuar a viagem no início da tarde. Mas a proprietária, muito atenciosa, verificou as condições do tempo na noite anterior que predizia visibilidade de apenas 5 metros no topo da montanha e aguaceiros no final da manhã. Assim, achamos que o passeio seria muito caro para pouco proveito, e decidimos iniciar o trajeto do dia imediatamente.


Equipados e com toda bagagem montada, subimos na moto e... Nada de ignição. Mais uma tentativa e... Nada. Gilson verificou os comandos e deixou pender a cabeça num sinal de desânimo. No dia anterior, quando deixamos a moto no estacionamento e descarregamos a bagagem, ele retirou a chave do estojo de ignição na posição de estacionamento, sem prestar atenção. Essa é uma característica própria de algumas motos que permite travá-la, garantindo a iluminação mínima para uma condição temporária de emergência. Mais um, click, e o travamento se daria com o desligamento de todo sistema elétrico. Corremos para nos proteger da chuva antes de perceber o feito. Depois de subir as escadas do jardim e mais três lanços de escada até nosso quarto no sótão, estávamos cansados e sem disposição para voltar e verificar a moto antes de dormir, como sempre fazemos. Como resultado, não percebemos o descuido que manteve as lâmpadas do farolete dianteiro e de estacionamento traseira ligadas a noite toda e nos deixou sem carga na bateria pela manhã.


Então, sacamos da nossa bagagem o carregador de baterias novo e pedimos autorização dos proprietários para carregá-la usando a tomada da pousada. Enquanto a bateria era carregada, fizemos um pequeno passeio pela vila e pelo parque. Uma região calma e muito bonita.



A pousada, a bateria carregando na janela e o reservatório de sacolas para recolher a sujeira de cachorro no parque.

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SEGUINDO VIAGEM COM DILÚVIO

A bateria terminou de carregar pouco antes da chuva começar. O caminho para Nürnberg passava necessariamente por Munique. Não importando se usássemos o caminho por Walchensse ou o de Garmisch-Partenkirchen. A chuva vinda das montanhas nos alcançaria, por isso optamos pelo caminho mais rápido, pela autoestrada A95.


Paramos em Garmisch para abastecer, colocar as capas de chuva e esperar a intensidade da chuva diminuir, o que não aconteceu. A chuva caía com força antes mesmo de chegarmos à autoestrada. Era fria e grossa, penetrando por todas as costuras das minhas botas, que não cobri com as galochas e esfriava meus pés. Gilson pilotava sem luvas usando pela primeira vez o aquecedor de manoplas.


Pilotar na chuva intensa na autoestrada foi cansativo. A visibilidade era baixa, a viseira do Gilson estava sem a lente dupla pinlock, por isso embaçava e, aberta, a chuva molhava as lentes dos óculos. Em Munique o deley do navegador nos fez perder a saída do anel rodoviário para a autoestrada. Gilson perdeu a paciência e desistiu de rodar até Nürnberg. Decidimos seguir o caminho em que já estávamos e ir ao mesmo Hotel em que nos hospedamos na semana anterior e descansar até, quem sabe, o dia seguinte.



Edelweiss na capa do celular e os simpáticos funcionários do posto de combustível em Garmisch-Partenkirchen

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ENCURTANDO O TRAJETO E NOTÍCIAS SOBRE O BRASIL

O hotel enorme e corporativo tinha um quarto para nós, nos instalamos, almoçamos e voltamos ao quarto para descansar. Mas antes precisávamos secar nossas botas, usando o secador de cabelos e finalizando o trabalho usando o calor do piso aquecido no banheiro que terminaria o processo até a manhã seguinte, quando continuamos a viagem.


No Hotel em Munique - Clique sobre as imagens para ampliá-las ou sobre as setas para passar adiante.



Enquanto Gilson dormia profundamente ao meu lado, passavam as notícias internacionais na TV. No Brasil aconteciam queimadas homéricas na floresta amazônica e dados levantados pelo INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, davam conta do aumento em volume e número dos focos de incêndios florestais acima do padrão dos anos anteriores. As queimadas são um fenômeno que na Amazônia só acontece por ação humana durante o período de estiagem. Lembrei a fala do atual presidente no primeiro turno da eleição:


“Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil”.


Parece que aqueles que eram contidos pelo ativismo ecológico sentiram-se livres para agir e sem medo de punição, incentivados pelas falas de bolsonaro e a falta de ação do ministro do meio-ambiente, contrário à fiscalização e aplicação de multas ou punições. Bolsonaro sempre defendeu os interesses do agronegócio, que por sua vez é uma conhecida força de pressão sobre todos os biomas Brasileiros, incluindo a Amazônia. O presidente brasileiro faz grande esforço para viabilizar a exploração das riquezas do subsolo, atendendo aos interesses das mineradoras sobre essas riquezas, sem considerar o impacto que a devastação da Amazônia causaria ao planeta.



Imagens da tela da TV no quarto do Hotel da reportagem sobre o aumento assustador das queimadas no Brasil.

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O Dia em Números:


Deslocamento:

  • Trajeto de Krün a Munique

  • Distância percorrida = 111 km ≈ Duração = 1h42min.

  • Início 12h30min - Fim 15h. 

Despesas Essenciais:

  • Combustível: € 9,15

  • Hospedagem em Munique: € 77,00

  • Alimentação: € 31,88

  • Atrações: € 0,00

  • TOTAL: € 118,03

Custos de manutenção:

  • Serviços: € 0,00

  • Peças: € 0,00

  • Ferramentas: € 0,00

  • Material de consumo: € 0,00

  • SUBTOTAL B - € 0,00

 
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