Bárbara
- 19 de jan. de 2020

11° Dia - ALTE PINAKOTHEK E COMPLEXO BMW - Munique - parte 2

Atualizado: 24 de ago. de 2021

Munique, 04 de agosto de 2019 - Domingo

Em nosso segundo dia em Munique concordamos em conhecer pela manhã a Antiga Pinacoteca, que estava na minha lista de prioridades, e à tarde ir ao complexo BMW, que era desejo de Gilson. A visita à Alte Pinakothek está relatada no post anterior. Neste, contarei como foi estar no complexo BMW em Munique como uma pessoa que não é aficionada por veículos automotores.

Complexo BMW

O complexo BMW em Munique está localizado numa rotatória ao lado do Olympiapark, o que facilita o acesso tanto para quem chega com veículo particular quanto por transporte público. Os dois edifícios de acesso a visitantes estão em lados opostos da rua, unidos por uma passarela. O galpão desconstrutivista é a parte mais nova do complexo, construída em 2007, abriga o BMW Welt. Já o Museu BMW fica junto às torres cilíndricas, que reúnem funções administrativas. Na outra quadra localiza-se a fábrica, que oferece tour guiado de 2 horas que pode ser contratado no interior do BMW Welt.

Eram quase 15 horas quando chegamos de moto ao complexo BMW. O vigia informava a todos que chegavam que não era permitido deixar veículos no estacionamento vazio em frente a BMW Welt. Ele nos instruiu a usar o estacionamento subterrâneo. Acabamos deixando a moto numa rua transversal para não precisar contornar a quadra e enfrentar novamente aquela rotatória no cruzamento de avenidas movimentadas. Para não errar o caminho, quando chegar ao Mittlerer Ring (2R), siga as indicações para "Olympiapark / BMW Welt". Ao avistar o BMW Welt, siga as indicações para o estacionamento subterrâneo (48°10’40.99“N 11°33’22.82“E) . Ou, simplifique as coisas e vá de transporte público.

BMW WELT (Universo BMW)

Confesso: Eu imaginava o BMW Welt como uma espécie de playgroung para crianças grandes. Não que eu tenha me enganado, mas quando entrei pela passarela ao lado da coluna metálica torcida à imagem de um vórtex que se expande no alto num prolongamento surreal de treliças, vidro e chapas metálicas entendi que minha imagem não era adequada para descrever este espaço.

Havia algo diferente na atmosfera interna, e não se tratava do clima emocional em torno dos produtos da fábrica, embora este também estivesse claramente presente. Não, era um fluxo ascendente do ar, fruto de um sistema de ventilação natural que utiliza o princípio de diferença de pressão para eliminar os gases por exaustão. Medida necessária, pois há veículos emitindo gases da queima de combustíveis sob aquela gigantesca cobertura. A temperatura estava amena, apesar do calor infernal que fazia lá fora. A construção faz uso de energia fotovoltaica, aproveita em larga escala luz natural para iluminação e aquecimento, e minimiza processos mecânicos para condicionamento do ar, o que a classifica como sustentável no uso da energia.

O projeto da Coop Himmelb(l)au, cooperativa austríaca de projetos arquitetônicos, nasceu como um espaço de experimentação e entrega de veículos aos novos compradores. Do alto da passarela curva e suspensa por onde entramos, o espaço da entrega dos veículos era visível, ali no centro da planta, contornada por caminhos e passarelas diversas, permitindo que fosse visto de qualquer ângulo, como uma arena sem arquibancadas. Mas há áreas que não são acessíveis à visitantes, como o setor da oficina de revisões, localizado no subsolo e ligado à arena de entrega dos veículos por um elevador. Seguimos as passarelas passando por lugares que se abrem para receber atividade diversas, como os espaços de conferências, estações de vídeo game, loja, torre da gastronomia, espaço júnior e exposição dos últimos lançamentos.

No dia em que estivemos lá estavam expostos lançamentos de motocicletas em arranjos que correspondiam ao tipo de uso, racer, touring, terra e lama. O efeito estava criado e Gilson não se sentiu acanhado em experimentar produto e imaginação usando todas suas ferramentas sensoriais. Despertar o desejo pelo consumo corresponde ao segundo elemento que motivou a construção daquele incrível espaço, e embora eu não seja fã de visitar museus ou espaços que promovam uma marca, esta arquitetura surpreendeu e capturou meus sentidos. É uma obra de arte capaz de solucionar com engenhosidade e criatividade todo tipo de problema técnico e ainda assim capaz de emocionar, como as máquinas que a BMW produz.

Mundo BMW - experimentação

BMW Museum (Museu BMW)

Depois que sairmos do BMW Welt, retornamos pela passarela que nos levou diretamente à bilheteria do Museu no outro lado da rua movimentada. O acesso se dá por uma grande laje, um nível acima do térreo, de onde se vê, lá em baixo, a rotatória que inspirou em 1973 o arquiteto Karl Schanzer a conceber o museu como "a continuação da rua num espaço fechado" , projeto ampliado e atualizado pelo ATELIER BRÜCKNER em 2003 e em 2008.

Gilson comprou uma miniatura da nossa Brigite, uma BMW F650 ST, na loja de lembranças que fica ao lado do café. Com os ingressos nas mãos, deixamos as mochilas no guarda volumes e descemos pela belíssima rampa em espiral que leva à área de exposição. O museu, com seu trajeto circular de 1.000 metros, permite que você faça todo o percurso sem cansar e terminar a visita no café ao lado da bilheteria.

Ao contrário do BMW Welt, aqui não há contato visual com o exterior, é como se estivéssemos num mundo subterrâneo seguindo por uma malha interna onde os caminhos se cruzam sem jamais se tocarem, criando uma espaço moderno e dinâmico que permite ver os exemplares expostos ao alcance do toque das mãos ou à distância. Mesmo sem luz natural as paredes irradiam claridade através da pintura branca e das divisórias de vidro branco leitoso, enquanto sombras de árvores ao vento são projetadas sobres as paredes e contrastam com a linguagem incisivamente tecnológica ao longo de todo percurso.

A coleção está distribuída em sete temas: Desing, Empresa, Motocicleta, Tecnologia, Esporte Motorizado, Marca e Séries, que levam o visitante a conhecer a história da formação da empresa, desenvolvimento dos primeiros motores aeronáuticos e veículos terrestres, diversificação e aprimoramento dos veículos, pesquisa e concepção de novas tecnologias e produtos, protótipos futurísticos e as estratégias de comunicação e propaganda para manter acesa a paixão dos amantes pela marca.

A BMW (Fábrica de Motores da Baviera) nasceu fabricando motores de aeronaves. A união de duas empresas possibilitou a fabricação de aviões durante a primeira guerra mundial. Com o fim da guerra, o Tratado de Versalhes proibiu a fabricação de motores de avião no país o que levou a empresa a produzir motocicletas e, mais tarde, automóveis. Durante a segunda guerra mundial passou a produzir veículos terrestres e aviões para Luftwaffe, usando mão de obra de trabalhos forçados na linha de produção. Findos esses tempos sombrios, o domínio do conhecimento em tecnologia de precisão levou a marca a alterar sua linha de produção para motocicletas e automóveis de alto padrão, que incluem as marcas Mini, Rolls-Royce Motors Cars, BMW e BMW Motorrad.

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Nossa passagem pelo museu durou pouco mais de uma hora. Depois desta visita a continuação lógica e fácil seria conhecer o Olympiapark, logo ali ao lado, mas as impressões de tudo o que vimos e fizemos durante o dia foram tão intensas que não sentimos necessidade de ver mais nada. Ao invés disso, decidimos voltar ao hotel para descansar, pois o dia seguinte estava reservado para continuarmos a viagem com destino a Berchtesgaden.

De volta ao hotel em Messe.

O Dia em Números:

Deslocamento: Trajeto de Munique MESSE a Maxvorstadt e Olympiapark

Distância percorrida: 2,7km a pé e 31km de moto ≈ Duração = 2h45min
Início 10h00min - Fim 17h10min.
Atrações: Alte Pinakothek (2h40min.) , BMW Welt (25min.), BMW Museum (1h10min).

Despesas Básicas